Nós, simples e complexos seres humanos, erradamente, nos
benzemos partindo de nós o pedido de proteção para quem ou o que queremos que
nos proteja ou de quem queremos nos proteger.
Se, estamos sendo molestado por algo, o que quer que seja, é
óbvio que o sentimento está latente em nós mesmos; nós não sentimos pelos
outros, nem os outros sentem por nós; e carregamos esse sentimento para onde
quer que seja.
Assim sendo, quando quisermos por os pés no terreno alheio,
quando nossas pernas quiserem correr atrás do que não nos pertence, nossas
coxas, sentirem o desejo ardente de serem bolinadas, pelas mãos da luxúria clandestinas,
tixés e bigulins arderem em chamas, pelo fogo de uma paixão ardente e
irresponsável, bumbuns quiserem dançar incessantemente o lepo lepo, os braços
quiserem alcançar o impossível, os olhos invejarem o que não nos pertence e,
por fim, uma profunda depressão tomar conta da sua alma ou espírito, estará na
hora de aprender a benzer para dentro.
O que nos incomoda de
fato são os diabinhos que carregamos desde o momento da fecundação, que é o
primeiro ato sexual da vida, o esperma penetra o óvulo e o ladino; como só ele
e os deles; trabalha desde aquele momento até sua expulsão, se vier a ocorrer,
colocando a culpa de tudo que ele induz o hospedador fazer nos diabinhos dos
outros e assim faz-se a maior rede de intrigas humanamente diabólica, que
inferniza os incrédulos e os maus fiéis do verdadeiro Deus.
No dia que cada um de nós domarmos o diabinho que carregamos
nada mais incomodará. Particularmente sou amigo do Deus lógico e verdadeiro e
aprendi a conhecer bem as artes do diabo nos outros, que não é refresco e foi
fácil chegar à conclusão de que o diabo não foge da cruz ele foge da verdade
que esta carrega e poucos a pratica.
Um detalhe final: para cada ação (tixés, bigulins, pés,
coxas, inveja, avareza, luxúria,...) há um diabinho correspondente, assim, se
você tiver mais que um desses sintomas, benzer para dentro também não vai
resolver o seu problema, talvez, nem mesmo um exorcismo expulsará o infeliz.
Para amenizar o sofrimento e evitar a depressão profunda
aconselhamos a prática do filme “O Homem que Enfrentou o diabo. Por óbvio que
não sou amigo do bicho, caso contrário não ensinaria como expulsá-lo, nem mesmo
acredito na sua existência, fato que macularia a onipotência de Deus, mas, para
quem se benze com freqüência, o que subtende incômodo, não custa nada benzer em
causa própria “proteja-me do que há no meu interior”.
Esse texto foi tirado do Livro A Piçarra e é puramente
ficção. Qualquer semelhança com a vida real é mera coincidência.
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