FALANDO DE FLORES

O POVO BRASILEIRO ACORDOU E JÁ ESTAVA NA HORA. OS TEMPOS MODERNOS NOS PERMITE FAZER REVOLUÇÕES COM IDEIAS E FLORES JAMAIS VIOLÊNCIA.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

É A “PIÇARRA”!


No município de Andaraí de antigamente, muito embora existisse uma separação nítida de classes sociais, havia respeito ao indivíduo. A palavra era garantia de cumprimento de promessa partindo do rico ou do pobre. Os mais abastados não se furtavam de prestarem solidariedade aos mais necessitados. Havia prosperidade repartida na ideologia garimpeira porque a proporcionalidade do 1/5 era respeitada e a hombridade do garimpeiro era tal qual ou maior que a do patrão.

As feiras; 4 (quatro) semanais; eram fartas e concorridas. Os comerciantes eram prósperos. Aos domingos as chitas e casimiras estampavam a vaidade simples ou mesmo as vaidades arrogantes, porém, de felicidade e, tanto o Andaraí Social Recreativo quanto o A sociedade Beneficente dos Garimpeiros (CASPETE) faziam transparecer essa felicidade nos bailes semanais.

Ressoavam nos quatro cantos da cidade o “xingar ximbungo” de Orlando, que, se fosse hoje, após cruzar com o gritar “olha a cocada lapucha” de Vicente, em plenos pulmões e ajudado por um megafone, seria crime de discriminação e homofobia. Mas, o bom senso já prevalecia lá nos tempos idos e o respeito á opção sexual de cada um, antecipava-se à lei, atual.

Mas, “Lôro Rico” bamburrou! Os tixés das prostitutas ardiam em chamas. Eram perfumados de diamante negro no aguardo da grande comemoração que adviria partindo do garimpeiro mais cobiçado do pedaço de chão.  Louro, 2 (dois) metros de altura e de olhos azuis. Ao som de apenas um surdo, corpos nus e rostos felizes iriam esbaldar até esvair todo o fruto do trabalho garimpeiro do galã, e, este, feliz e sonhador, falido, voltava à atividade, no aguardo do próximo bamburrar.

A violência era somente entre as linguarudas do lugar, fato perpétuo, e de Vivaldo que não podia ver uma bunda proeminente que a mão boba criava uma encrenca. No mais, o carcereiro local se aposentou com 35 anos de tempo de serviço e jamais encarcerou alguém. Minto. Encarcerou apenas um preso vindo de Itaeté, cuja cadeia estava em reforma.

Alguém deve estar se indagando o porquê de estar contando essas histórias. Simples: para mostrar que os tempos são outros e mais perigosos que os de outrora. Lá, naqueles idos, como já dissemos, a cadeia de Andaraí ficou 35 anos de portas aberta porque não havia crime, por conseguinte, nem presos para ocupá-la. Hoje, somente por crimes políticos o estádio do Paraguassu não caberia todo mundo. E, imaginem quais criaturas encabeçariam a lista?

Como diria Isabelle Drumond: “É a treva!”Digo eu: é a piçarra!

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