Os brasileiros ainda não se deram conta do tamanho do rombo
que o País amarga por causa do atrelamento do poder; e a necessidade de
perpetuação no mesmo; ao sistema de corrupção e impunidade que assola o Brasil.
As instituições, em sua quase totalidade, perderam a
finalidade e imergiram no descaso e desmando, fazem somente o que interessa a
causa nociva.
Na ponta, um prefeito insignificante de uma cidade de 14 mil
habitantes recebe; numa legislatura (4 anos); 120 milhões de reais e desse,
institucionalizado, com a opinião pública sabendo e calando; abocanha nada
menos que 30% para sua conta pessoal com as mesmas práticas de corrupção de
todos os tempos, notas fiscais frias, licitações fraudulentas e dando propina
aos legislativos e os órgãos de fiscalização, já adequados aos desmandos.
Considerando que a quase totalidade dos pequenos municípios
atua com essa mesma base de corrupção 30%, 5.000 municípios vezes 36 milhões,
resulta num rombo de 180 bilhões de reais a cada legislatura, enriquecendo
5.000 prefeitos corruptos. Descontando os poucos honestos que ainda resta.
O mundo sabe disso, as autoridades fiscalizadoras sabem
disso, o judiciário sabe disso, o povo sabe disso e está institucionalizada a
corrupção no Brasil e não se tem para quem apelar. Engessaram os órgãos
fiscalizadores sérios, como CGU, AGU, e não interessa botar os prefeitos
corruptos na cadeia porque são eles os elos de sustentação do executivo no
poder.
180 bilhões de reais desviados somente nas pequenas
prefeituras, agora imaginem o que não ocorre nas médias e grandes cidades e com
as verbas destinadas aos Estados. Um
detalhe que os economistas não comentam; com a moeda real valorizada; é a
quantidade de dinheiro embaixo dos colchões desses corruptos; sem circular
legalmente; que é mil vezes maior que o rombo do caso Eike Batista.
Num País sério esse gesto nítido de conivência com o ilícito não
seria tratado com a naturalidade que impera no Brasil, seria considerado crime,
e é crime em qualquer esfera do direito, só que, com o País engessado, não
temos mais a quem apelar, por fim ruiu o STF.
Mensalão, espionagem, errar ou não errar, são fichinhas em
relação à proporção que a impunidade e a corrupção tomaram no País, situação
que se formou em torno do interesse mesquinho da manutenção no poder a qualquer
custo num gesto de ingratidão plena ao Povo que acreditou e avalizou com
lágrimas a ascensão dessa farsa disfarçada de democracia.
O Povo está assustado! Não dá mais para acreditar em
ideologia, não dá mais para acreditar que existem pessoas honestas, não dá mais
para acreditar que democracia é o governo do povo para o povo e pelo povo, isso
porque, fomos execrados na mais lisa conquista: os direitos constitucionais.
Quem não respeita a Constituição não respeita o Povo e não
merece estar representando a quem não respeita. Os políticos da atualidade estão
nitidamente atuando em causa própria e não pelos interesses de quem os elegeu
para representá-lo. Ou mudamos essa situação, ainda em tempo, pelo mesmo
processo que os colocamos lá, ou corremos o risco de confrontos cujo exemplo
prático gera cicatrizes profundas que jamais serão curadas.
Com um título de leitor
na mão se faz a revolução. Não a todos que estão hoje no poder. Nenhum deles! Retornaremos os íntegros.
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